terça-feira, 28 de junho de 2016

Receita GC: Hambúrguer Artesanal

Se tem uma comida que me deixa feliz e que vira e mexe eu tenho vontade de fazer, é um belo hambúrguer artesanal! Pensar no blend; pedir para o açougueiro moer as carnes na hora; pegar o alface, o tomate e a cebola mais bonitos do hortifruti; escolher o tipo de queijo e, por fim, o pão com gergelim - sempre.

Eu nunca fui adepta dos fast-foods. Acho um lanche extremamente calórico e com uma concentração altíssima de sódio pra opções que são facilmente recriáveis em casa, com ingredientes frescos e saudáveis. Por conta disso, há algum tempo comecei a fazer o meu próprio hambúrguer em casa. Alguns dirão que o resultado é gourmet. O maior desafio foi achar o blend de carne (vocabulário específico para se referir aos diferentes cortes de carnes que serão combinados) perfeito, afinal, queria um sabor único. Sabia apenas que precisava ter sabor, altura e até 30% de gordura.

Confesso que testei algumas combinações até chegar a mais recente fórmula. O acém sempre foi a minha base, acho uma carne acessível e saborosa, o que preciso. Para a gordura, que escolhi calcular 20%, uso bacon. Porém, ainda quero testar com a gordura da própria carne (peito, costela ou picanha são minhas opções). Eis que da última vez, na falta de um pedaço pequeno de fraldinha, optei pelo contra-filé. Bingo! Os discos nunca ficaram tão saborosos e suculentos. Adoro testar novas combinações, mas acho que, finalmente, achei o meu blend. Pão, carne, queijo bola, cebola caramelizada, alface e tomate. Que nome tem isso se não perfeição?

Vamos substituir aquele lanche caríssimo e calórico por um hamburgão artesanal delícia? Espero que gostem da receita!




Hambúrguer Artesanal GC

Para o blend:
400g de acém moído
400g de contra-filé moído
200g de bacon moído (não esqueça de pedir para o açougueiro retirar o couro da peça)
sal fino a gosto


Para a cebola caramelizada:
2 cebolas médias cortadas à julianne (meia-lua)
2 colher (café) de açúcar
4 colheres (sopa) de azeite
sal a gosto


Modo de preparo:

Em uma panela, aqueça o azeite e adicione as cebolas. Quando estiverem translúcidas, adicione o açúcar. Mexa de vez em quando e tempere com sal. Quando estiver com cor de caramelo, está pronta. 

Comece moldando o hambúrguer:

Essa parte é divertida e deve ser feita com certa antecedência, para que a carne pegue o formato de disco. Hambúrguer legal é aquele que você precisa abrir bastante a boca para morder, certo? Então pense em um disco alto (2,5cm) de 180g - 200g. Para facilitar o processo, comprei em uma loja de utensílios para cozinha um aro de 11cm de diâmetro. Custam bem barato e são um ótimo investimento. Faça uma bola com o blend e acomode no aro com o auxílio de uma colher e não esqueça de apertar no meio. Dessa forma, o disco não irá encolher quando entrar em contato com o calor. 

Discos devidamente resfriados, é hora de fritar. Como eu não tenho chapa (wishlist), faço na frigideira convencional mesmo. O ideal é aquecê-la no fogo médio-alto por uns cinco minutos antes de colocar a carne para que o calor fique uniforme. Na falta de um termômetro culinário, está é uma boa referência:      

- Mal passado: 1'30" de cada lado
- Ao ponto para mal passado: 2' de cada lado
- Ao ponto: 2'30" de cada lado
- Ao ponto para bem passado: 3'30"
- Bem passado: 4 a 5' de cada lado
Fonte: Guia do Hambúrguer

Nada de apertar com a espátula ou ficar virando o hambúrguer. Respeite o tempo da carne, deixe-a na frigideira pelo tempo estimado e vire apenas uma vez. Vai dar certo! Quanto ao tempero, assim que ela entrar na frigideira é a hora de colocar o sal. Lembre-se que pouco sal irá resultar numa carne menos saborosa, então, não segure na mão. O queijo, se for colocar, deve ser adicionado cerca de 1 minuto antes do hambúrguer ficar pronto. Abafar por alguns segundos com o auxílio de um abafador ou uma tampa ajuda a derreter, mas não exagere, ninguém quer hambúrguer cozido por dentro. 

Hambúrgueres prontos, é só montar do jeito que você mais gosta e devorar! 

Bom apetite! 

sábado, 25 de junho de 2016

Roteiro Espetacular: Como porque preciso, volto poque te amo

Lembram que ao final do último post de roteiro, eu falei que havia voltado ao Eataly no dia seguinte? Pois então, aproveitando que tirei ótimas fotos, e que a experiência no Eataly é sempre diferente a cada vez que você o visita, decidi contar, também, como foi essa noite.


Quando eu penso em comida italiana, a primeira coisa que vem à minha cabeça é uma pizza margherita com bastante molho, queijo e folhas de manjericão fresco. E era esse o meu objetivo da vez. Percebe-se, ai, uma forte tendência a escolher sempre esse recheio quando o assunto é massa. E para saciar tal desejo, a primeira coisa que fiz quando cheguei, foi fazer uma reserva no La Pizza, um dos sete restaurantes do Eataly.


Além das belíssimas vitrines do I Salumi & I Formaggi – ornamentada com queijos e embutidos da melhor qualidade, e da La Pasticceria di Luca Montersino – confeitaria responsável pelos doces que mais pareciam obras de arte, uma das que mais atraiu o meu olhar foi a da La Panetteria, localizada no térreo. Diariamente, pães e focaccias mega recheadas e fofinhas são assadas em forno à lenha e expostas em uma vitrine para que os clientes possam namorá-las antes de comprar. Mesmo sabendo que iria jantar pizza, não pude deixar de levar uma margherita e uma calabresa para o café da manhã do dia seguinte. A simpática atendente garantiu que cinco minutos no forno eram o suficiente para trazer crocância de volta a massa.   


Sob o lema “O Eataly cozinha tudo o que vende e vende tudo o que cozinha”, também está o La Pasta Fresca, onde se encontra o laboratório de produção das massas artesanais. Por lá, são produzidas as massas frescas que abastecem os restaurantes do Eataly e, também, as que são colocadas à venda para os clientes.


Depois de mais um agradável passeio pelos departamentos do Eataly, fui jantar no La Pizza. Irmão do La Pasta, lá você acompanha o preparo da uma verdadeira pizza napolitana. Excelência comprovada, a Margherita Verace TGS foi eleita pelo caderno Paladar, do Estadão, a melhor pizza margherita de São Paulo em 2015. De crosta alta e macia, e elaborada com produtos fresquíssimos, essa pizza não podia ser menos do que espetacular. Desejo realizado. 


Outra pizza que reflete a generosidade italiana é a Burrata: molho de tomate, burrata fresca, presunto de parma, tomate cereja, azeite de oliva e manjericão fresco. Não deixem de pedir. Foi uma das burratas mais gostosas que já provei.     


Desde que o conheci, sei que toda vez que estiver em São Paulo, irei de encontro ao Eataly. Porque quando o amor é verdadeiro, a gente volta. // $$


Eataly
Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 1489 – Vila Nova Conceição
São Paulo/SP
Telefone: (11) 3279-3300
Aceita todos os cartões
www.eataly.com.br

terça-feira, 21 de junho de 2016

ReceitaGC: Domingo em família - Escondidinhos

Domingo foi dia de almoço em família aqui em casa. Como o dia prometia amanhecer frio (alôr Maju), assim como no sábado, decidimos que escondidinho seria a comida cremosa e quentinha perfeita para a nossa reunião, e para fechar o final de semana. Sim, fechar, porque almoço domingo, aqui, só sai às cinco da tarde.

Somos muitos. Sete pessoas que adoram comer. Então, melhor do que um, só dois escondidinhos com sabores diferentes. É, também gostamos de ter opção. Minha irmã e meu cunhado gourmand desenvolveram uma receita com massa de batata baroa e recheio de frango ao curry imbatível. Logo, ficou por minha conta pensar no outro. Como estou há algum tempo para testar um nhoque de abóbora japonesa, escolhi esse legume maravilhoso para fazer um escondidinho de abóbora com carne-seca. Fui clichê, eu sei, mas eu sabia que teria um sábado agitado, e eu adoro o contraste entre o sabor doce da abóbora e o salgadinho natural da carne-seca. Salve, salve o jabá com jerimum!

Para dar uma bossa, refoguei a carne-seca com bastante cebola e coloquei folhas de sálvia fresca na massa. A sálvia casa muito bem com abóbora, seja a japonesa ou não. Traz frescor. A irmã do escondidinho ficou só fotografando, então hoje tem foto do passo a passo. Espero que gostem.


Escondidinho de batata baroa com frango ao curry

Ingredientes:
2kg de batata baroa
2 peitos de frango inteiros
2 cebolas grandes
2 folhas de louro
4 folhas de sálvia
4 dentes de alho
2 colheres (sopa) de manteiga
4 colheres (sopa) de requeijão
Pimenta-do-reino a gosto
Orégano a gosto
Curry em pó a gosto
Sal a gosto
Queijo parmesão ralado a gosto


Modo de preparo:

Cozinhe as batatas descascadas em água com sal até ficarem macias. Escorra a água e amasse com um garfo as batatas ainda quentes. Tempere com sal, manteiga e pimenta-do-reino.


Limpe os peitos de frango e cozinhe em água temperada com sal; pimenta-do-reino em grãos; uma cebola inteira descascada e cortada em quatro; dois dentes de alho descascados; as folhas de louro; e as folhas de sálvia, até ficarem completamente brancos por fora e por dentro. Retire os pedaços de frango e desfiei-os grosseiramente com a ajuda de um garfo.


Descasque a cebola e os alhos, pique e refogue em uma frigideira com um fio de azeite. Junte o frango desfiado, o orégano e o curry a gosto. Misture para envolver o curry no frango. Eu não carrego no curry, pois é picante. O amarelo do meu recheio fica suave.

Para montar, forre o fundo de uma travessa com a massa de batata, coloque o recheio de frango, espalhe o requeijão e cubra com outra camada de massa. Salpique o queijo ralado e asse no forno pré-aquecido a 180º até o queijo derreter, ou até dourar.



Escondidinho de abóbora com carne seca

Ingredientes:
2 abóboras japonesas médias
500g de carne seca
2 cebolas médias
2 colheres (sopa) de sálvia fresca picada
2 colheres (sopa) de manteiga
Sal a gosto
Noz-moscada a gosto
Pimenta-do-reino a gosto


Modo de preparo:

Corte as abóboras em pedaços grandes, com a casca, e cozinhe em água com sal até que fiquem macios. A casca faz com que a abóbora não absorva muita água durante o cozimento. Escorra a água, retire as cascas e amasse com um garfo as abóboras ainda quentes. Tempere com sal, manteiga, pimenta-do-reino, noz-moscada e sálvia. Se a massa ficar muito úmida, acrescente um pouco de farinha (tente a de arroz) ou coloque batatas amassadas para dar liga.


Em uma panela, cubra os pedaços de carne-seca com água e deixe ferver por alguns minutos. Escorra, coloque uma nova água e repita o processo. Escaldar a carne-seca retira o excesso de sal natural. Em uma panela de pressão, coloque os pedaços de carne-seca e cubra-os com água. Quando pegar pressão, deixe cozinhando por cerca de 15 minutos. Escorra a carne-seca, corte os excessos de gordura e desfie.


Descasque as cebolas e corte-as em lâminas (à julienne). Na frigideira, refogue com um fio de azeite por alguns segundos. Junte a carne-seca desfiada e refogue até as cebolas ficarem translúcidas.


Para montar, forre o fundo de uma travessa com a massa de abóbora, coloque o recheio de carne-seca e cubra com outra camada de massa. Asse no forno pré-aquecido a 180º por 20 minutos. Bom apetite!



sexta-feira, 17 de junho de 2016

Uma Itália vertical em São Paulo

Desde que soube que o Eataly abriria em São Paulo, não sosseguei até que viabilizasse uma viagem para a terra da garoa. Eis que, em um feriado, programei um circuito gastronômico insano, que contemplou muitos endereços de uma vasta lista que eu escrevi - e que continua crescendo.


Em uma das agradáveis noites frias paulistanas, estava eu, em frente aquela fachada majestosa e iluminada do Eataly. A excitação era difícil de conter, afinal, eu já sabia o nome e o cardápio de cor de todos os restaurantes dali. Seguindo a sugestão de um amigo, decidi começar indo até o La Pasta para fazer a reserva. Não é fácil escolher o que comer em um universo italiano tão diversificado, mas a ideia de apreciar um tradicional spaghetti ao pomodoro e basílico, com queijo parmesão ralado na hora, era muito acolhedora, feito colo de vó.


A estimativa de duas horas de espera, em qualquer outro lugar, pode ser tempo demais, mas não no Eataly. Aguardar a reserva é um convite para conhecer o mercado.


Parti, então, para o corredor de massas secas e molhos; depois percorri os temperos; babei no lombo de atum mais bonito que eu já vi; observei pela vitrine a artesanal feitura das massas frescas; e me perdi entre os tantos legumes, verduras, frutas e cogumelos à venda na feira. Mais frescor, impossível.

  
Uma boa dica para quem espera, é tomar um vinho ou uma cerveja artesanal nos restaurantes do térreo, enquanto aprecia uma bruschetta bem recheada. No Le Verdure e Il Crudo, me deliciei com uma de cogumelos e brotos.  


Recebida a mensagem de texto do La Pasta, voltei ao restaurante e fui acomodada em uma mesa na varanda de vidro. Felizmente, pedi a minha desejada massa. Minutos depois, o prato chegou e a viagem pelos sabores da Itália terminou na boca. No Eataly, eles vendem o que cozinham e cozinham o que vendem. Os sabores são únicos, elaborados por profissionais de renome e, acima de tudo, frescos. Saí com a certeza de que iria voltar em breve e voltei, um dia depois. Conto no próximo post. // $$

Eataly
Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 1489 – Vila Nova Conceição
São Paulo/SP
Telefone: (11) 3279-3300
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terça-feira, 14 de junho de 2016

Receita GC: Risoto de shitake

Se tem um prato que eu amo comer e cozinhar em dias frios, é risoto. Engraçado é que eu aprendi a fazer com a minha irmã, que nunca foi uma exímia cozinheira, mas não se intimidou diante da técnica do prato, e faz um risoto de abobrinha como ninguém. Diz ela que aprendeu com o Rodrigo Hilbert, na televisão, é claro.

O bacana do risoto é a sua versatilidade enquanto base, pois pode ser recheado com praticamente tudo. Já fiz de queijo brie com damasco, frango, açafrão com alho-poró, tomate seco com mozarela de búfala, calabresa com cebola, funghi secci e muitos outros. Apesar das inúmeras possibilidades já testadas e aprovadas, o risoto de shitake - dividindo o pódio com o de funghi - é o meu favorito.

No entanto, um bom risoto não depende dos ingredientes que você escolher para incrementa-lo, mas sim do fundo (termo técnico para falar de caldo) que irá usar para cozinhar os grãos de arroz arbório. Para fazer um autêntico risoto vegetariano, você precisa de um bom caldo caseiro de legumes. E nada daqueles "tabletinhos" cheios de sódio, pois fazer um fundo é muito mais simples do parece. Leva tempo, mas o sabor alcançado no prato final vale todas as horas empregadas.

                                                                                                                                                                                       foto: Divulgação
A base do fundo é o mirepoix, termo da cozinha francesa para designar a mistura dos legumes cebola, cenoura e aipo, quando salteados na manteiga e usados como base aromática para saborizar caldos, sopas e ensopados. Feito o mirepoix, e só colocar água e um bouquet garni (amarrado de ervas aromáticas). No meu, também coloco dentes de alho e alho-poró. Para apurar o sabor, é preciso de um longo período de cozimento. A cada três litros de água, deixo em fogo baixo por duas horas. Passado esse tempo, retire os legumes e você terá um caldo natural para o seu risoto. Livre de sódio, gordura, conservantes e corantes artificiais. Quer coisa melhor do que poder comer uma comida gostosa e sem riscos para a sua saúde?



Risoto de Shitake 

Ingredientes do caldo:
5 talos pequenos de aipo cortados em brunoise grande
3 cebolas médias cortadas em quatro
2 cenouras médias cortadas em rodelas
1 talo de alho-poró cortado em rodelas
4 dentes de alho inteiros descascados
2 colheres de sopa de manteiga
3l de água
1 bouquet garni (uso aipo, alho-poró, tomilho, salsa, manjericão e louro amarrados com um barbante)

Ingredientes do risoto:
1 cebola pequena cortada em brunoise
1 dente de alho espremido
2 xícaras de arroz arbório
2l de caldo de legumes
sal a gosto
pimenta-do-reino a gosto
1 colher de sopa de manteiga
Salsa picada
100g de shitake desidratado
200 ml de vinho branco

Comece pelo caldo:
Em uma panela, aqueça a manteiga e refogue a cenoura, a cebola e o aipo. Acrescente o alho-poró. Quando começarem a soltar os aromas, adicione água e o alho. Deixe cozinhar sem tampa, em fogo baixo, por duas horas. Coe o caldo para retirar os legumes e o bouquet garni. Mantenha-o aquecido para fazer o risoto.

Modo de preparo do risoto:
Em um bowl, cubra o shitake com água fervente e deixe hidratando por 20 minutos. Escorra, corte os talos do cogumelo e reserve.

Em uma panela, aqueça um fio de azeite e refogue a cebola e o alho. Quando estiverem translúcidos, acrescente o arroz e deixe fritar por alguns minutos. Regue com o vinho branco e espere o álcool evaporar. Adicione o caldo de legumes e mexa até secar novamente. O risoto irá secar pois está liberando amido. Após repetir o processo algumas vezes, junte os cogumelos hidratados. Tempere com sal e pimenta. Adicione mais caldo até que os grãos fiquem al dente e o risoto cremoso. Finalize com a manteiga e salpique com a salsa.  

Bom apetite! 

terça-feira, 7 de junho de 2016

Roteiro Espetacular: Uma descoberta acessível na Dias Ferreira

No último final de semana, estava na casa de um amigo no Leblon, e procurávamos por um lugar para almoçar, que fosse agradável e limpo, mas que fugisse dos preços exorbitantes do nobre bairro carioca. Queríamos comida de verdade, sanduíches e temakis não eram uma opção.


Caminhando pela Dias Ferreira, encontramos o Cantinho do Leblon. Eu já havia lido boas referências do restaurante, e o salão cheio, com mesas ocupadas por casais e famílias, atraiu a nossa atenção.


O cardápio contempla petiscos; pratos executivos; e opções de frango, carne e peixe para duas ou mais pessoas. Para matar o meu desejo, e por ser um dos meus pratos preferidos para os dias mais frios, solicitamos ao garçom o Filé de frango à parmegiana, acompanhado de purê de batatas e arroz branco. Os filés vieram altos, suculentos e com o empanado sequinho e crocante. Sobrepostos com fatias de presunto, mozarela e bastante molho de tomate.


Apesar de no cardápio indicar que é uma refeição para duas pessoas, a generosa porção serviria bem para até três. Sorte do Pedro, que garantiu o jantar. O Cantinho do Leblon oferece comida boa, farta e com preço justo, indo na contramão da badalada vizinhança. Apesar da atmosfera de almoço pós-praia regado a chope gelado, o dia de sábado nublado não deixou de atrair clientes para o Cantinho. Um achado da baixa gastronomia carioca.// $  

Cantinho do Leblon
Rua Dias Ferreira, 482 – Leblon
Rio de Janeiro/RJ
Telefone: (21) 2294-0946
Aceita os cartões Master, Visa, American, VR e Sodexo 

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Resenha GC: Chef's Table com Alex Atala

Dizem que eu me emociono por qualquer motivo. Pode até ser verdade, mas se tem uma coisa que me faz chorar, é a paixão. No ep.2, da 2ª temporada de Chef’s Table, série documental do Netflix, Alex Atala se esforça para traduz em inglês sua relação de amor e respeito aos ingredientes brasileiros. Por meio de narrativas suas e de depoimentos do chef David Chang e do crítico gastronômico Luiz Américo Camargo, Atala tem retratada a sua complexidade enquanto ser humano, e enfatizada uma de suas facetas, a do chef de cozinha idealista e desbravador da natureza.  

                                                                                                                                                                                     fotos: Divulgação
De uma maneira muito sincera e admirável, Atala declara paixão pelo Brasil, pelo Amazonas, pela culinária brasileira e por nossos ingredientes nativos. Em um País onde as pessoas não cultivam empatia sequer por seus vizinhos, Atala luta pela preservação não só da floresta Amazônica, mas da população indígena em que ali vive. E, através do Instituto ATA, gera emprego para os moradores, desenvolve produtos com base nas matéria-primas locais e faz da floresta o seu centro de pesquisa e aprendizado com as tribos indígenas.     


Em 2005, no início de sua trajetória no D.O.M., época onde, em São Paulo, apenas os restaurantes de comida italiana ou francesa eram avaliados bem. E, na qual, os chefs franceses no Brasil eram considerados deuses, Atala, que cresceu em meio à floresta e pescando o próprio peixe, decidiu que nenhum outro chef transmitiria o sabor do Amazonas para a comida tão bem quanto ele. Desenvolvendo e implementando o conceito de terroir amazônico em sua gastronomia, no qual trata os produtos nativos como iguaria. Atala projetou os sabores do Brasil, fez com que não só os brasileiros, mas o mundo respeitasse a culinária brasileira.   


Hoje em dia, Atala apresenta no D.OM. uma cozinha repleta de surpresas, provocações e rupturas. Com ingredientes nativos - muitos originários de pequenos produtores, transformados em emoções por suas mãos habilidosas. Acredito que um dos seus pilares seja o fato de que Atala abraça o conceito de consumo consciente e entende que, por trás de tudo o que é comida, existe uma morte e, apesar da maioria das pessoas fecharem os olhos para isso, devemos respeitar aquela vida, assim como a natureza, e retirar dela somente o necessário. 


Ilustrado com imagens lindas do início ao fim, o episódio inteiro transmite uma verdadeira lição de respeito à natureza. Sobre como podemos fazer para continuarmos nos alimentando, criando uma cadeia alimentar menos nociva e, assim, diminuir o impacto causado no meio ambiente. 


Orgulho de ter um representante brasileiro como o Atala nessa série que mostra os maiores e melhores chefs de cozinha da atualidade. Um cara extraordinário, fora da caixa, que olha pelos outros e pelo mundo. // 10

domingo, 5 de junho de 2016

Receita GC: Semana Oriental – Pla muk tod e Gyoza

A última semana passou tão corrida, que mal tive tempo de pensar no blog. Porém, como prometi uma Semana Oriental, hoje vou compartilhar não apenas umas, mas três receitas com vocês. Nosso passeio pela Ásia continua.

A primeira, é o Pla muk tod, de origem tailandesas, e, as outras, o prato chinês que eu mais gosto, o Gyoza, e o seu molho, o Ponzu. A comida tailandesa possui sabores bem complexos, é riquíssima em especiarias (especialmente o curry), legumes e verduras. Por aqui, é comum encontrarmos pratos dessa culinária bem coloridos e picantes. Em sua maioria, acompanhados por arroz jasmim.

Para quem gosta de lula, o Pla muk tod é um prato thai perfeito para qualquer ocasião. Os ingredientes podem até parecer complicados, mas são facilmente encontrados em lojas de produtos orientais ou naturais. Já o Gyoza, é um pastel feito de massa de arroz, cozido no vapor e, geralmente, recheado com carne de porco e legumes (apesar de eu já ter comido versões de frango, carne bovina e até atum). Bora se sentir o próprio oriental depois de fazer um gyoza perfeito? Anotem as receitas.  

                                                                                                                                                                                      fotos: Rafael Alt
Pla muk tod

Ingredientes:
1 colher (sopa) de alho picado
1 colher (sopa) de amido de milho diluído em água
1 colher (café) de pasta de pimenta
2 colheres (sopa) de açúcar mascavo
1 colher (sopa) de suco de tamarindo
3 colheres (sopa) de Nam pla (molho de peixe)
1 talo grande de aipo (salsão)
450g de anéis de lula
5 unidades de cogumelo shitake grandes
1 colher (sopa) de óleo
1 xícara de arroz jasmim
Sal a gosto


Modo de preparo do Pla muk tod:

Lavar os anéis de lula. Limpar os shikates com um papel, retirar o talo central e cortar em tiras (se o shitake for seco, hidratar em água fervente por vinte minutos);

Em uma panela, aquecer o óleo e dourar o alho picado. Acrescentar a lula e deixar cozinhar (cerca de dois minutos). Juntar a pasta de pimenta, o nam pla, o suco de tamarindo e o açúcar mascavo. Em seguida, acrescentar o aipo e o cogumelo shitake e mexer até o aipo e o shitake cozinharem. Regar com o amido de milho dissolvido para engrossar o molho.

Modo de preparo do arroz:

Em uma panela, coloque o arroz jasmim e o dobro da quantidade em água. Tempere com sal. Cozinhe em fogo médio até secar. Servir com o Pla muk tod.


Gyoza de carne de porco 

Ingredientes:
1 pacote de massa pronta para gyoza
250g de carne de porco moída
300g de repolho
150g de cebolinha (ou nirá)
1 colher (chá) de óleo de gergelim
1 colher (sopa) de alho picado
Molho shoyu a gosto
Sake culinário a gosto
Ajinomoto a gosto


Modo de preparo:

Lavar as verduras. Fatiar o repolho e a cebolinha (na diagonal) em tiras bem finas;

Em uma frigideira grande, aquecer o óleo de gergelim. Selar a carne de porco moída e juntar o sake. Colocar o alho, o repolho e a cebolinha. Regar com o molho shoyu e finalizar com o Ajinomoto. Retirar o excesso de caldo e colocar para esfriar na geladeira;

Separe as folhas de massa. Salpique um pouco de farinha de trigo em sua bancada (para não grudar) e disponha as folhas. Coloque uma colher de sopa de recheio no centro de cada um dos discos. O recheio deve estar seco. Com os dedos, passe um pouco de água em toda a borda da massa, em seguida, dobre feito um pastel. Faça pregas na borda para unir bem as extremidades e evitar que o gyoza abra durante o cozimento;

Coloque água em uma panela para cozimento a vapor de deixe ferver. Disponha as gyozas em pé e tampe. Deixe cozinhar até que a massa fique transparente.


Molho ponzu

Ingredientes:
100ml de suco de limão
100ml de molho shoyu
3 colheres (sopa) de sake mirim
1 colher (sopa) de katsuobushi
1 colher (sopa) de cebolinha picada
Kombu a gosto


Modo de preparo:

Misturar todos os ingredientes. Deixar curtindo na geladeira por 24h. Coar e servir junto com os gyozas.


Bom apetite!